terça-feira, 12 de abril de 2011

esta esfera

Aquele que se nutre à mesa farta e habita o esconderijo do altíssimo, indiferente ao grito, não atende aos chamados do pensamento que fala alto.

Nosso desejo de mel sem dor, nossa falta de falta de emoção legítima, lembram que a cicatriz sobrevive à ferida. Chega de chorar as chagas, caminhemos, homens! Tentamos ser céticos, mas, um só olhar dentro desfigura a pirâmide de idéias vazias. Em cadeias explicamos as fórmulas da possibilidade, e enfrentamos o medo da sepultura com palavras mais frias que o mármore, para enfim calcular a incerteza...

Cansei-me de esperar a chuva, eu mesmo resolvi cair e mover o moinho das posses e levá-las até a ilha do abandono. Pois ainda é cedo e o sol entra pelas frestas... É pouco o que tenho, será muito a perder? A perder de vista navegam os pensamentos, habitantes do mundo onde não se chega pelo mar.

Ao chão se prostram e fazem reverências as idéias inacabadas do mundo em construção. Fanáticos multinacionais, totalitários engravatados pós-modernos, sábios a serviço do progrEsso seduzem o rebanho com promessas de bem-aventurança; o espírito está subnutrido, ainda que não falte o alimento... O povo é o tijolo, a argamassa é feita com pão e circo!
A religião dos tolos é o cinismo. A burrice cresce em progressão geométrica.

Será que Ele chorou na sua cruz?
Minhas lágrimas não são deste mundo

Enquanto isso, fartam-se os falsos profetas, pseudo-pastores de um rebanho de lobos em pele de cordeiros. Guias mais cegos que os guiados aproximam-se do abismo, e pressentem a glória. O brilho do Ouro os cegou.

Minha luz não é deste mundo


Tiago A.