quarta-feira, 20 de abril de 2011

A esfera enjaulada


I – as grades de Jade

As crostas já derretem o insolúvel
Aos uivos as cópulas bailam, rompendo o hímen da noite

Ser e não-ser ao si-mesmo-tempo:
Nasce uma dor
na dor do parto.
Eu parto
Com meu fico nos braços.

II – AnimaL

Jurado de morte pelos deuses,
O sangue e a pérola,
A trilha, o apelo, o dente-de-leite,
Animal no seio

Planta um sinal de fogo
Em matéria de espírito,
a carne roubada, artéria mordida,
nada se sabre sobre a carne em brasa

Fases, runas, a terra renasce das cinzas da cria,
O animal no meio da Procissão, fareja
Eu faro, mas a Noite não me escura

Pavão: o pavio no cio das penas, até o fim da vela, condenado a ser vivo

Tiago Abreu