segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

"Estava cansado de si mesmo, dos seus estéreis pensamentos e visões. A vida, um poema?... Não quando se passa a vida a poetar em vez de vivê-la. Como ficava oca, então, como ficava vazia, vazia! Essa perseguição constante do próprio eu, no rastro das próprias pegadas - e em círculo, naturalmente... Essa comédia simulada: Fingir que se atira à corrente da vida e ao mesmo tempo ficar ali agarrado ao anzol, pescando-se a si próprio neste ou naquele curioso disfarce... Ah, se a vida quisesse submergi-lo... A vida, o amor, a paixão, de modo que ele não mais precisasse poetizá-la, porém apenas - em estado de poesia - vivê-la!"

"Toda aprendizagem é uma época de clausura"

(Rainer Maria Rilke - Cartas a um jovem poeta)