Na terra vermelha
a oração do louva-deus
comove as gotas do orvalho
os mitos do mato:
silêncio e realeza
em toda certeza fica sempre uma pergunta em aberto
no cerne do sonho
a carne da tribo
a onda se levanta
e tomba na praia
o lírio branco deita-se na relva
aprecia o inestimável instante raro:
o tempo não passou: foi só a flor, em botão, que se abriu
E o Serafim nas matas canta aleluias
e nas lendas do formigueiro brotam asas
e carregam os sonhos da terra mundo adentro
T. Abreu